Paraguai anuncia implementação de programa de reforço de linguagem oral para crianças a partir de 3 anos
Assunção, Agência IP.- O Ministro da Educação e Ciências, Luis Fernando Ramírez, anunciou a implementação no Paraguai do Programa Neli, desenvolvido mundialmente, para intervenção precoce em linguagem oral baseada em evidências, para crianças entre 3 e 8 anos de idade.
Neli (Nuffield Early Language Intervention) é um programa de reforço focado na oralidade para crianças com dificuldades de linguagem. O objetivo do programa é ajudar as crianças a se atualizarem com seus colegas e melhorar suas habilidades de linguagem oral, compreensão auditiva e narração de histórias.
O ministro da Educação destacou que o Neli é um programa cheio de evidências “que nos podem dar uma trajetória muito clara, com números, onde nos dizem que em 40 semanas podemos ver resultados”.
O médico britânico em Psicologia e Educação, Charles Hulme, afirmou que o Paraguai está incluído na lista de países que implementam o Programa Neli para trabalhar a linguagem oral de meninas e meninos, na convicção de que tem efeito direto na compreensão da leitura e o desenvolvimento de competências linguísticas.
O anúncio da inclusão do Paraguai no programa foi feito no âmbito do debate “Fundamentos do desenvolvimento da linguagem e da compreensão da leitura” realizado pelo MEC em colaboração com a Universidade de Oxford, ontem segunda-feira.
Naquela ocasião, o Ministro Ramírez destacou que uma das necessidades importantes do sistema educacional é descobrir e saber por que existe um grande número de crianças que não entendem o que lêem.
“Eles falam de 7 em cada 10. E sim, pode ser um problema de ensino, também um problema de aprendizagem, mas temos que saber o que está acontecendo. E hoje não temos esse número. Só sabemos que há um número enorme que não entende o que lê, mas temos que saber onde está a causa e o que está acontecendo para que a criança não entenda”, afirmou.
Ele ressaltou que essa situação levou o MEC a desenvolver o Programa Ñe’êry, “um enorme compromisso para garantir que a oralidade e o desenvolvimento da compreensão leitora cheguem às escolas e que já começa a dar frutos”.
Ele disse que, “nesse processo de busca de evidências no mundo”, de projetos que dêem a possibilidade independente de saber fazer as coisas, traçar trajetórias, entender para onde vamos e por que fazemos o que fazemos, encontramos Neli .”
Afirmou que o referido programa, que produz resultados em questão de semanas, mostra a fragilidade que rapazes e raparigas podem ter nas suas competências linguísticas e na sua oralidade, o que aumenta o risco de terem dificuldades na leitura e na compreensão do que se lê.
Por isso considerou este programa como “uma ferramenta valiosa para adotar ações e medidas para reverter a situação”.
“O mais importante é que ele fornece uma ferramenta para verificar o aprendizado. Hoje, com toda a tecnologia, não podemos esperar cinco ou dez anos para ver o impacto. Para tudo isto precisamos de evidências, programas e projetos que nos expliquem como trabalhar para que rapidamente não deixemos as crianças nas sombras. Incorpore-os à vida”, disse ele.
Ele destacou que “este projeto também nos ajudará a compreender, utilizar e trabalhar a partir de uma posição tecnológica. Precisamos desses ajustes, mas acima de tudo, de pessoas que nos ajudem a trabalhar em grupo, em equipe. E aqui vem uma equipa trabalhar connosco, para entrar na sala de aula, que é o que estamos a propor, para estar ao lado do professor, para gerir a tutoria”, disse.
O chefe do MEC informou que convidou a iniciativa privada a participar das avaliações que serão realizadas com o Programa Neli.