Parceria entre Itaipu e Funai fortalece agricultura familiar em comunidades guarani no PR
Uma parceria entre a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a Itaipu Binacional, por meio do projeto Opaná: Chão Indígena, entregou mais de uma tonelada de sementes para as comunidades Avá e Mbya Guarani, da região Oeste e do Litoral paranaense. Equipes do Opaná e do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa) farão todo o acompanhamento da ação, desde a preparação da terra até a colheita.
Fotos: Divulgação.
As sementes de milho, arroz, feijão, quiabo, entre outras, são consideradas tradicionais ou indígenas, pois se desenvolveram naturalmente em uma determinada região e são mantidas e distribuídas por meio de coletivos, bancos de sementes e associações que as protegem e mantêm. As variedades foram definidas a partir de uma pesquisa realizada pela Funai junto às comunidades beneficiadas.
Além de sementes, também foram entregues ferramentas e equipamentos para o trabalho nos quintais produtivos, como enxadas e cavadeiras. Para uso nos roçados – espaços maiores destinados ao cultivo de mandioca, milho, feijão, abóbora e melancia, entre outras variedades –, foram entregues roçadeiras, motosserras, plantadeiras manuais e outros equipamentos.
A distribuição pretende viabilizar a soberania alimentar baseada no modelo de agroecologia para as comunidades indígenas atendidas. O objetivo é fortalecer a agricultura familiar nas aldeias, garantindo uma alimentação mais saudável, livre de agrotóxicos e com a manutenção de sementes e processos ancestrais.
O gestor do Programa de Sustentabilidade Indígena da Itaipu Binacional, Paulo Porto, defende que parcerias como esta fortalecem a execução de políticas públicas. “Também é uma forma de garantir a segurança alimentar. Todos temos a ganhar com isso, em especial as comunidades indígenas”, afirma.
Para o cacique da Tekoha Guarani, no município de Guaíra (PR), Ronaldo Martinez, a chegada de sementes tradicionais é uma das formas de ajudar a manter a dignidade da comunidade. “Fortalece a nossa união, fortalece a nossa cultura, fortalece a nossa independência, pois conseguimos produzir nosso próprio alimento”, explica.
O projeto Opaná: Chão Indígena trabalha com uma metodologia que atende as comunidades Avá e Mbya Guarani a partir das necessidades e demandas levantadas pela própria comunidade, através de planos comunitários debatidos com as equipes técnicas do projeto. “As distribuições atendem no que as comunidades ativamente decidiram em relação às áreas produtivas, os quintais produtivos e os roçados”, explica Jhony Luchmann, coordenador do projeto.
As sementes foram adquiridas pela Funai por meio do Programa de Aquisição de Alimentos – Sementes (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), junto à Cooperativa dos Agricultores Familiares de Palmeira (CAFPAL), na região dos Campos Gerais do Paraná.
Opaná: Chão Indígena
O projeto Opaná: Chão Indígena é uma ação da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), por meio do Programa Capa, em parceria com a Itaipu Binacional. O projeto tem como foco a segurança alimentar das comunidades indígenas com base na agroecologia, o acesso ao saneamento e água potável, além do fortalecimento cultural. Atua com as comunidades Guarani localizadas no Oeste e Litoral do Paraná, atendendo um total de 32 comunidades dos povos Avá e Mbya, distribuídas em dez municípios paranaenses.