Palestra da psicóloga e ativista Mafoane Odara encerra Congresso de Igualdade Racial
Uma palestra da professora e psicóloga Mafoane Odara encerrou nesta sexta-feira (8) o I Congresso de Gestão e Promoção da Política de Igualdade Racial do Paraná. O evento foi promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), e teve a participação de lideranças deste segmento populacional, representantes de órgãos estaduais e da academia. O tema foi “Educação e Ancestralidade”.
Mulher negra, influente nos debates sobre diversidade, equidade e inclusão, Mafoani Odara também discute temas como violência contra mulheres, maternidade e carreira, além de participar de conselhos em instituições educacionais, sociais e privadas.
Aos congressistas, ela destacou a importância de discutir o papel interdependente dos setores público, privado e da sociedade civil para o progresso do país. “A mudança só virá quando entendermos que os setores estão interrelacionados, construindo juntos o projeto de paz que queremos”, enfatizou.
Mafoane ressaltou que o setor privado precisa avançar olhando os indicadores, que o setor público é essencial para alcançar abrangência das ações e que a sociedade civil oferece inteligência para aprimorar políticas. “Reunir esses três setores com a academia é o caminho certo para construir um projeto de paz e cooperação, deixando de lado a divisão do ‘nós contra eles’ em prol de uma sociedade mais unida, afirmou.
O Congresso de Gestão e Promoção da Política de Igualdade Racial do Paraná buscou conectar conhecimento, experiências e práticas inovadoras para gerar impacto positivo na sociedade. A palestra de abertura, com o tema “Educação e Ancestralidade: os caminhos para a promoção da igualdade racial no Brasil e a superação do racismo”, foi ministrada pelo reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente.
Palestrantes que compartilharam suas vivências, incluindo desafios enfrentados devido ao racismo em suas carreiras, e promoveram a conscientização sobre a importância de reconhecer a própria identidade negra.
A secretária da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, afirmou que o trabalho realizado pela Pasta terá impacto duradouro. “Ser ativista é colocar a esperança em movimento, passo a passo, rumo a um futuro melhor”, afirmou a secretária.
IDEATHON DE IGUALDADE RACIAL – Nesta quinta-feira (7) no segundo dia do evento foi realizado o Ideathon de Igualdade Racial, que visou gerar ideias inovadoras e soluções criativas com foco em combate ao racismo, fortalecimento das políticas afirmativas, valorização da cultura afro-brasileira e a importância da educação antirracista. O espaço de inovação ofereceu mais de 25 horas de imersão, direcionado a profissionais do setor público e privado, especialistas, estudantes e entusiastas da igualdade racial, que tiveram a oportunidade de compartilhar ideias, formar equipes e desenvolver projetos alinhados à proposta do evento.
O Ideathon abordou a importância de conscientizar sobre o racismo nos ambientes corporativos e como o branco precisa entender seu papel nesse cenário, reconhecendo a existência do racismo e apoiando a luta por igualdade.Além disso, o evento contou com a palestra de Janine, que trouxe contextos históricos sobre o racismo e a influência da cultura africana no Brasil, destacando como o racismo foi enraizado culturalmente. Ela mencionou referências históricas e literárias, explicando como a exclusão intelectual dos negros foi normalizada no passado, o que torna o processo de ressignificação um desafio.Equipes formadas por participantes de diversas raças, idades e gênero iniciaram um processo de co-criação utilizando técnicas de design thinking. Elas desenvolveram projetos focados em igualdade racial para ambientes corporativos, públicos e privados, incluindo soluções tecnológicas e de compliance.