Reforma trabalhista terá como eixo a formalização do trabalhador e melhores garantias, diz ministro
Assunção, Agência IP.- A Ministra do Trabalho, Mónica Recalde, afirmou que a proposta do Governo de alteração do Código do Trabalho visa dar soluções às situações que afligem os trabalhadores no modelo atual. O objetivo será proporcionar “melhores garantias e direitos, tornar o despedimento muito mais dispendioso e cumprir eficazmente todas as regulamentações laborais”.
A proposta de reforma responde à necessidade de modernização do Código do Trabalho paraguaio e atendendo às estatísticas obtidas do Instituto Nacional de Estatística (INE) e a um estudo realizado em 2022 entre o Ministério e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), indiana.
Estes indicam uma queda significativa nos registos administrativos dos trabalhadores com mais de 9,5 anos de antiguidade. “Vemos muitas soluções através da figura do consentimento mútuo, ver toda essa informação e as denúncias e registos judiciais dão-nos certas pistas para tomar decisões baseadas em provas”, disse este domingo em entrevista ao 1020 AM.
“Há muitas outras situações em que o trabalhador está em desvantagem e queremos analisar com os trabalhadores e mostrar essas realidades de algumas regulamentações que, embora tivessem o espírito de serem favoráveis, tornaram-se barreiras”, afirmou.
Diálogo com todos os setores
“Mudamos a estratégia, não queremos apresentar um projeto fechado, mas sim começar a construir um projeto em conjunto”, afirmou.
Após o anúncio feito pelo presidente Santiago Peña durante a Business Expo 2024, na última quinta-feira, o Ministério do Trabalho convocará os setores sindicais, advogados trabalhistas e organizações civis, entre outros, para apresentar a proposta e incluir suas recomendações.
O objectivo do Governo com esta reforma é colocar a formalização dos trabalhadores no centro, disse o ministro.
Segundo dados da Pesquisa Domiciliar Permanente Contínua (EPHC), no segundo trimestre de 2024 o Paraguai contava com 2.247.808 trabalhadores em atividades não agrícolas, dos quais 37% são formalizados, ou seja, contribuem para o sistema de aposentadoria e pensões ou estão cadastrados no Cadastro Único de Contribuintes (RUC).