Peña afirma que é imperativo um multilateralismo que promova o desenvolvimento equitativo e sustentável de todos os países

Assunção, Agência IP.- Na sua mensagem à Assembleia Geral da ONU, o Presidente Santiago Peña afirmou que é imperativo redefinir o funcionamento das instituições do multilateralismo, defendendo “quadros que promovam o desenvolvimento equitativo e sustentável, em que todos os países, independentemente do seu tamanho ou poder, podem beneficiar igualmente dos avanços globais.
“Só assim poderemos cumprir as promessas que este fórum representa e conquistar o respeito e a estima das gerações futuras”, afirmou o presidente durante o debate geral da 79.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Peña pediu para atacar com clareza, firmeza e coragem os problemas que o mundo enfrenta e que não puderam ser resolvidos pelos mecanismos até agora utilizados através das Nações Unidas.
Nesse sentido, destacou que a manutenção da paz deve ser o pilar fundamental do multilateralismo, mas as instituições criadas para preservar a paz não têm conseguido cumprir a sua missão.
“É imperativo, diria até obrigatório, que redefinamos o funcionamento das instituições do multilateralismo e promovamos mudanças como a eliminação do Veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas”, afirmou o presidente.
«Chega de violência, chega de guerras; mas também, chega de meras palavras. Como atores no cenário internacional, devemos tomar ações firmes e eficazes”, enfatizou Peña.
O presidente também destacou que a situação humanitária muito difícil no Haiti é um exemplo claro das deficiências do multilateralismo. “Há uma dissonância preocupante entre o que a comunidade internacional promete e o que é realmente cumprido no terreno”, alertou.
Peña também indicou que uma das críticas mais importantes ao multilateralismo global é a ideia de inclusão igualitária de todas as nações. Nesse sentido, afirmou que o conceito de “um voto para cada nação” muitas vezes torna-se um conceito vazio se as nações mais pequenas são forçadas a comprometer a sua autodeterminação em troca de não ficarem à margem dos grandes mercados internacionais.
«Reconhecemos que a cooperação regional continua a ser um caminho indispensável para a integração física e económica. Neste sentido, a cooperação regional constitui a única alternativa viável que nos permite trabalhar em conjunto e desenhar políticas nacionais em coordenação com outras nações”, afirmou o presidente.
Peña também expressou o forte apoio do Paraguai para que Taiwan seja parte integrante do sistema das Nações Unidas, observando que a sua exclusão “é uma injustiça que não podemos ignorar”.
“Se há um país que deveria fazer parte do sistema das Nações Unidas hoje e ainda não o faz, é Taiwan”, disse ele.
Reafirmou também o compromisso do seu Governo em proteger os direitos fundamentais de todos os seus cidadãos, a família e a vida humana desde a concepção, “defendendo os valores tradicionais que engrandeceram a nossa nação”.
O presidente disse em seu discurso que o Paraguai quer, pode e será um verdadeiro protagonista no cenário global e que o país está determinado a ocupar o nosso lugar.
“Acredito firmemente que o Paraguai é um exemplo de que o desenvolvimento económico é inteiramente compatível com a sustentabilidade ambiental”, expressou.
O presidente também reiterou o firme apoio à Ucrânia, apoiando a sua soberania e integridade territorial, reafirmando ao mesmo tempo o reconhecimento do direito legítimo de Israel de se defender.
Da mesma forma, reiterou o apoio às forças democráticas da Venezuela que lutam contra o autoritarismo pelo retorno a um sistema verdadeiramente democrático e não a uma fachada.