Dia Mundial da Doação de Órgãos: a falta de doadores continua a ser um desafio

Assunção, Agência IP.- Em comemoração ao Dia Mundial da Doação de Órgãos, Tecidos e Transplantes, o diretor do Instituto Nacional de Ablação e Transplantes (INAT), Dr. Hugo Espinoza, refletiu sobre a situação dos transplantes no Paraguai, enfatizando que o maior desafio continua sendo a falta de doadores .
Neste sentido, explicou que, embora o número de transplantes tenha aumentado em relação aos anos anteriores, o país ainda não cresce ao ritmo necessário para responder à crescente procura.
“O transplante é consequência direta da doação e sem doadores não podemos realizar transplantes”, afirmou Espinoza, apelando à população para refletir sobre a importância do registo como dador.
Atualmente, mais de 2.200 pessoas estão em diálise no país e 250 estão em lista de espera, sendo os transplantes de rim e de córnea os mais procurados, segundo o relatório do Ministério da Saúde.
Transplantes no interior do país
Um modelo de sucesso foi implementado em Ciudad del Este, onde uma equipe itinerante composta por coordenadores, anestesistas, cirurgiões e nefrologistas realiza transplantes. Esta abordagem poderia ser replicada em outras regiões do país, como Coronel Oviedo e Encarnación, que estão perto de abrir hospitais de alta complexidade.
Medicamentos e cobertura
Em termos de medicação pós-transplante, Espinoza garantiu que o INAT continua a fornecer gratuitamente medicação anti-rejeição a todos os transplantados, apesar das dificuldades que por vezes enfrentam nos concursos públicos.
«É um avanço extraordinário que temos no país. Cada paciente pode gastar até 10 milhões de guaranis por mês com medicamentos, mas o INAT cobre esses custos”, destacou.
O Dr. Espinoza também lembrou a importância de continuar trabalhando na conscientização da sociedade sobre a doação de órgãos, enfatizando a educação em escolas, faculdades e universidades como chave para o futuro dos transplantes no Paraguai.
Um compromisso constante para salvar vidas
“Hoje falamos como se o problema fosse dos outros, mas a qualquer momento podemos estar do outro lado, precisando de um transplante”, refletiu Espinoza. O presidente do INAT reafirmou o compromisso da instituição em continuar a trabalhar para melhorar o sistema de transplantes no país, mas sublinhou que o sucesso destes esforços depende do apoio da sociedade.