Metaverso e Latinoware: um mundo de possibilidades
Uma das palestras do 2º dia do Latinoware 2022 foi sobre o metaverso e sua relação com a inteligência artificial e a visão computacional. O palestrante, Alessandro de Oliveira Faria, afirma que é possível fazer quase tudo dentro do metaverso porque, com ajuda da Realidade Virtual e a partir de um momento lá “dentro”, a mente começa acreditar que está “dentro” desse mundo virtual. E isso graças ao seu poder imersivo, e da possibilidade de interação entre as pessoas.
Assim como aconteceu com a internet, o metaverso também chegou para romper as barreiras da realidade. E, agora, com os próximos desenvolvimentos, Alessandro afirma que mais que ver os objetos virtuais, será possível tocá-los, senti-los, ou seja, aplicar uma força sobre eles. Inclusive, ele mudava os slides apertando um botão virtual entre os dedos dele.
O palestrante defende que o metaverso pode ser em 2D, e que isso possibilita uma maior interação e engajamento para as pessoas, criando possibilidades que antes não existiam. Ele afirma que o universo em 2D oferece “uma profundidade ao propósito de criar um mecanismo de convivência dentro do mundo virtual”.
De acordo com Alessandro, o metaverso possui alguns componentes comportamentais, tais como interação entre avatares, realidade mista, poder de imersão e vivência do conteúdo, para falar só de alguns. Ou seja, quando um filme é trazido para o metaverso, as pessoas não só assistem ao filme, mas vivem a experiência de estarem dentro dele. Outra possibilidade do metaverso é que, unido à Internet das Coisas (IoT), é possível controlar os objetos, como por exemplo, abrir ou fechar um portão, ou mesmo, ligar ou desligar luzes. E isso tudo é possível porque a visão computacional permite projetar o mundo real dentro do metaverso.
Software Livre
Durante a palestra, Alessandro afirmou que “o algoritmo de detecção de esqueleto é uma área da visão computacional. Ele pode ser feito com diversas soluções Open Source, tais como o Open Pose e o OpenCV.” e continuou “então, como sou militante do Software Livre, não poderia deixar de colocar uma solução na prática Open Source (…) e estou sendo um dos responsáveis para portar o drive dessa placa GPU da Intel para a plataforma Linux. Qual é o raciocínio aqui? Eu consigo fazer detecção dos movimentos do meu corpo em tempo real e projetar para dentro de um personagem. E aí posso fazer renderização e o céu é o limite”.
Alguns cuidados que devem ser tomados
Após a pergunta de uma professora sobre o uso do metaverso para a alfabetização de crianças, entretanto, Alessandro afirmou que ainda que possa ajudar as pessoas a aprenderem mais rápido, por oferecer uma grande imersão no tema e essa possibilidade de “viver o conteúdo”, “o único medo que tenho refere-se à parte lúdica. Ou seja, a gente pega um livro no metaverso e vive a história. Mas o grande problema é que, quando a gente lê, desenvolve uma parte lúdica no cérebro, porque passa a imaginar as coisas, a gente faz esse exercício. Então esse é meu único medo: a exploração maciça do metaverso pode prejudicar a evolução da parte lúdica do cérebro. Acho que grande parte da minha criatividade veio dos livros e gibis que li”, ele comenta.
Além disso, ele também comentou que a utilização do metaverso para a educação durante a pandemia seria de grande valor, mas Alessandro também reconhece que há um problema mais grave no Brasil que é a falta de acesso de muitas crianças, nesse caso. Ele afirma que primeiro é necessário ter acesso à internet, computadores de qualidade e, só depois será possível pensar em metaverso para a educação.
Sobre o 19º Latinoware
Uma vez que o evento é híbrido, é possível assistir a palestra pelo canal do Latinoware 2022. O Congresso Latino-Americano de Software Livre e Tecnologias Aberta saconteceu entre 2 e 4 de novembro, no hotel Golden Park, em Foz do Iguaçu.