Governo do Rio da Prata e do Paraguay
Período dos adiantados
Tratado de Pedro de Mendoza
Efetuada a conquista do Império inca, e ante a ameaça de que o Rio da Prata fosse ocupado por Portugal, o imperador Carlos I dividiu o território ao sul do Equador em 4 governos, assinando o tratado de 21 de março de 1534 com Pedro de Mendoza para conquistar e colonizar a região da bacia do Rio da Prata. Mendoza foi designado vitaliciamente (e com direito a nomear um herdeiro) governador (comando político), capitão geral (comando militar), adiantado (descubridor e conquistador de novos territórios), tenente das fortalezas que edificar, e delegado maior (supremo juiz de 1° e 2° instância no civil e criminosa) da governo de Nova Andaluzia que devia estabelecer.
Capitulación de Pedro de Mendoza
Por cuanto vos don Pedro de Mendoza, mi criado y gentil hombre de mi casa, me hicisteis Relación que por la mucha voluntad que me tenéis de nos servir y del acrecentamiento de nuestra corona Real de Castilla os ofrecéis de ir a conquistar y poblar las tierras y provincias que hay en el Río de Solís que llaman de la Plata donde estuvo Sebastián Gaboto, y por allí calar y pasar la tierra hasta llegar a la mar del Sur, y de llevar de estos nuestros reinos a vuestra costa y misión mil hombres, los quinientos en el primer viaje en que vos habéis de ir con el mantenimiento necesario para un año y cien caballos y yeguas, y dentro de los dos años siguientes los otros quinientos, con el mismo vestimento y con las armas y artillería necesaria, y así mismo trabajaréis de descubrir todas las islas que estuviesen en paraje del dicho Río de vuestra gobernación en la dicha mar del Sur en lo que fuere de los límites de vuestra demarcación, todo a vuestra costa y misión, sin que en ningún tiempo seamos obligados a vos pagar ni satisfacer los gastos que en ello hiciereis más de lo que en esta capitulación os será otorgado (…)
Fixando logo a extensão do governo:
Primeramente os doi licenzia y facultad para que por nos y en nuestro nombre y de la Corona Real de Castilla podais entrar en el dicho río de Solís que llaman de la Plata hasta la mar del Sur donde tengais doscientas leguas de luengo de costa de gobernación que comience desde donde se acaba la gobernazion que tenemos encomendada al Mariscal don Diego de Almagro hasta el Estrecho de Magallanes, y conquistar y poblar las tierras y provincias que oviese en las dichas tierras (…) entendiendo ser cumplidero al servicio de Dios y nuestro y por honra nuestra persona y por vos hazer merced prometemos de vos hacer nuestro gobernador y capitan general en las dichas tierras y provincias y pueblos del Rio de la Plata y en las dichas doszcientas leguas de costa del mar del Sur que comienzan desde donde acaban los límites que como dicho es tenemos dado en gobernación al dicho Mariscal don Diego de Almagro por todos los dias de nuestra vida con salario de dos mill ducados de oro en cada un año y dos mill de ayuda de costas.
Em 24 de agosto de 1535 Mendoza zarpó do porto de Sanlúcar de Barrameda com uns 3000 homens, e em 22 de janeiro de 1536 fez-se jurar e reconhecer como governador na ilha San Gabriel. Em 3 de fevereiro de 1536 fundou o porto de Nossa Senhora do Bom Ayre, que foi a primeira fundação de Buenos Aires.
Juan de Ayolas fundou perto de onde esteve o forte Sancti Spiritu o forte de Corpus Christi em 15 de junho de 1536. A fins de setembro de 1536 Mendoza viajou a Corpus Christi e transladou-o 4 léguas mais ao sul fundando o forte de Nossa Senhora da Boa Esperança. Pouco depois o forte voltou a estabelecer-se em Corpus Christi e ali refugiaram-se os espanhóis quando os indígenas incendiaram o porto de Nossa Senhora do Bom Ayre em dezembro de 1536 (reconstruído pouco depois). Mendoza enviou Ayolas a explorar o rio Paraná, mas doente e desanimado delegou o comando a Francisco Ruiz Galã como tenente de governador de Bom Ayre, Corpus Christi e Boa Esperança até que Ayolas regressasse e decidiu se embarcar rumo a Espanha o 22 de abril de 1537, falecendo na viagem o 23 de junho de 1537.
Depois de vencer aos guaranís em 2 de fevereiro de 1537 Ayolas fundou uma fortificação a orlas do rio Paraguai aos 20° 41′ sul, à que chamou Forte de Nossa Senhora da Candelaria ou Porto da Candelaria, em onde deixou como tenente de governador ao capitão Domingo Martínez de Irala. Ayolas explorou o Chaco Boreal, excedendo os limites da governo, e no regresso em 1538 morreu a mãos dos payaguás sem ter assumido o comando delegado por Mendoza.
Em procura de Ayolas Juan de Salazar fundou em 15 de agosto de 1537 Nossa Senhora da Assunção, e cujo nome em idioma guaraní é Paraguai. Martínez de Irala abandonou o Porto da Candelaria e em 18 de novembro de 1538 tomou o comando de Assunção. Em novembro de 1538 chegou Alonso de Cabrera, quem levava a confirmação real de Ayolas como governador e a instrução de que se este morresse, fora elegido pelo povo seu sucessor. Em 23 de junho de 1539 Cabrera pôde comprovar efectivamente o poder entregado por Juan de Ayolas a Martínez de Irala, pelo que dispôs em forma definitiva que fosse reconhecido este último como legítimo governador interino e capitão geral de todas as terras do Rio da Prata com sede em Assunção.
Uma vez fracassado o adelantazgo de Mendoza, por real cédula do 26 de fevereiro de 1538 o rei criou a Real Audiência de Panamá incorporando o Rio da Prata a seu território jurisdicional, mas em 20 de novembro de 1542 dispôs-se sua dissolução.