Histórias

Governo do Rio da Prata e do Paraguay

O Governo do Rio da Prata e do Paraguay, ou Nueva Andalucia, foi uma província ou divisão territorial do Império espanhol na zona da bacia do Rio da Prata na América do Sul e cuja capital era Assunção. Foi criada pelo tratado de 21 de março de 1534 entre Pedro de Mendoza e o imperador Carlos I de Espanha como parte de um grupo de governos em que se dividiu a exploração e conquista de América do Sul pela coroa de Castilla.

O território original estendia-se do oceano Atlântico ao oceano Pacífico e desde o governo de Nova Toledo concedida a Diego de Almagro (ao norte, aos 25° 31′ 36” sul, linha de Taltal no Chile a Curitiba no Paraná) 200 léguas (então tinha 17,5 léguas por grau de meridiano) para o sul até ao governo de Nova León concedida a Simón de Alcazaba e Sotomayor (aos 36° 57′ 09” sul, linha de Coronel a Pinamar). Seu território original compreendia o Paraguai desde um pouco ao sul de Assunção, o centro de Argentina, Uruguai e o sul do Brasil. Como os demais adelantados, foi um governo dependente diretamente do Conselho de Índias, até que em 1566 ficou dentro do virreinato do Peru e do distrito da Real Audiência de Charcas.

Em 1617 produziu-se a divisão do governo criando ao norte o governo do Guayrá (conhecida depois como governo do Paraguai) com capital em Assunção, e ao sul o governo do Rio da Prata com capital em Buenos Aires.

Antecedentes

Em 1513 uma expedição não oficial portuguesa armada por Nuno Manuel e por Cristóbal de Haro e capitaneada por Juan de Lisboa atingiu o cabo de Santa María, para perto de a boca norte do estuário do Rio da Prata. Em Maldonado em 2 de fevereiro de 1516 Juan Díaz de Solís tomou posse da região do Prata em nome dos reis de Castilla. Solís, que viajava para o Pacífico, morreu em 20 de janeiro de 1516 num confronto com indígenas e a expedição retornou a Espanha. Fernão De Magalhaes passou pelo área em março de 1520 em sua viagem de circunavegação do mundo. Diego García de Moguer

Desviando de sua viagem às ilhas Moluscas, Sebastián Caboto (ou Gaboto) realizou a primeira fundação nos territórios do Prata em 1527, o fortín de San Lázaro, em 7 de abril – por encontrar um grumete ou marinheiro aprendiz da expedição de Solís convivendo com os aborígenes charrúas desde 1516–. Depois subiu o rio Uruguai até chegar à desembocadura do então baptizado rio San Salvador e fazendo uns 20 km águas acima, antes do desvio para o sul, e fundou em sua margem setentrional o Porto de San Salvador – perto da actual Dolores que se encontra na margem meridional– deixando uma pequena guarnição. Este forte foi destruído em 1530 pelos yaros e charrúas. Continuando com a expedição, desceram pelo rio até chegar de novo ao Rio da Prata remontando algum braço do delta do Paraná e assim o rio homónimo até chegar à desembocadura do rio Carcarañá e neste lugar –actual Porto Gaboto– em 9 de junho de 1527 fundou o forte de Sancti Spiritu. Este forte foi destruído em setembro de 1529 pelos timbúes, fugindo para o Porto San Salvador. Quando Caboto estava no rio Paraná chegou a Sancti Spiritu Diego García de Moguer em viagem à Moluscas e se juntou à exploração que avançou até o rio Pilcomayo. Como consequência das derrotas sofridas nas mãos dos aborígenes locais a expedição decidiu regressar a Espanha em outubro de 1530, aproveitando os charrúas para incendiar a abandonada cidade e ficando o território sem populações européias.

Na Junta de Badajoz-Elvas de 1524 os experientes espanhóis sustentaram que a linha demarcatória do Tratado de Tordesilhas passava pelos 46° 36′ oeste (coincidente com São Paulo), mas os portugueses a situavam ao leste do Rio da Prata, pelo que o rei Juan III de Portugal enviou Martim Afonso de Sousa para colonizá-lo. Diversos contratempos fizeram que não chegasse até ali e fundasse em 22 de janeiro de 1532 a primeira vila do Brasil em São Vicente.

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